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💕 "O verdadeiro companheiro está amando todo o tempo e é um irmão nascido para quando há aflição." Prov. 17:17 💕 Blog de desabafos e pensamentos - AUTORIA PRÓPRIA...
Quando adolescente, passei por problemas difíceis, não por causa da idade, mas por circunstâncias da vida. Eu tinha 2 amigas da minha idade a quem eu era apegada e de quem gostava muito, mas havia certas coisas que não lhes conseguia contar. A maior razão era o facto de eu não perceber certas coisas, então assumi que se eu não entendia, possivelmente elas também não iam entender. Então, durante uns meses guardei para mim algo que me estava a matar por dentro, algo que eu queria mais do que tudo perceber, saber se era normal, mas que não tinha com quem abordar o assunto.
Existe alguém que eu conheço há muito tempo...desde os meus 14 anos para ser mais exata... A Marina apareceu na minha vida como uma mão amiga... num dos piores episódios que vivi...
A Marina era atenciosa e prestável, estava sempre lá para me dar apoio... Mas eu não confiei em si de imediato... pelo contrário, demorei bastante tempo para começar a deixá-la aproximar-se... (Na minha cabeça sempre pensei - e mesmo ainda agora - não adianta deixar ninguém entrar no meu coração ou vida, porque assim que eu começo a gostar, confiar e a abri-me com alguém, essa pessoa vai-se embora... Então, de que é que adianta?!)
Lembro-me de algumas situações desses tempos: a Marina tentava meter conversa comigo, fazia perguntas simples e eu apenas abanava com a cabeça, sim ou não, eu não falava muito. A Marina a brincar dizia que eu tinha mutismo. Eu podia ver o quanto a Marina estava a tentar - genuinamente... Ainda não estava totalmente convencida! Mas a Marina foi persistente e finalmente cativou-me... No início, não era isso que eu queria e fiquei com raiva de mim mesma por ter sido fraca e ter baixado a guarda, deixando as minhas barreiras cair! Desde esse consciente momento, eu já me estava a preparar para que a qualquer momento a Marina me dissesse que em breve já não iria estar lá mais para mim... Mas a Marina não foi embora! A Marina ficou um pouco mais e, na verdade, fui eu quem acabou por "partir" desta vez, a certa altura. Lembro-me de quando a Marina me ajudou a abrir-me consigo pela primeira vez e aí, foi quando tivemos a primeira de muitas conversas a sério... A Marina segurava a minha mão suavemente, fazia-lhe mimos, enquanto eu comecei a contar-lhe a minha experiência má e estava a chorar. Desde então, por não me sentir julgada, senti-me mais próxima de si e é como se tivessemos sido "conectadas" de alguma forma. Aos poucos eu sentia a necessidade de vê-la, então procurava-a, pois precisava de receber os seus abraços e miminhos - a Marina era um dos meus poucos lugares seguros!
Confissão: a primeira vez que a Marina me disse "gosto muito de ti" eu fiquei tão envergonhada... e, como nunca ninguém me tinha dito isso antes, achei que a Marina era estranha. E isso afastou-me um pouco de si por alguns instantes... Essa foi uma das razões de eu não ter respondido, mas também porque não sabia o que dizer! Até que acabei por me habituar, aprendi a responder e até comecei a precisar de o ouvir com mais frequência.
A Marina começou a ser alguém que eu já não poderia viver sem... Era exatamente isso que eu não queria que acontecesse... mas bem, eu estava vulnerável e a Marina fez o seu trabalho muito bem, não porque era a sua função, mas porque genuinamente se importou... e isso fez toda a diferença!
A Marina foi essencial na minha vida naquela altura, acho que não teria conseguido ultrapassar tudo aquilo sem si - definitivamente...! A Marina foi comigo ao tribunal, segurou uma das minhas mãos enquanto eu estava a depor, ... protegeu-me e fez-me sentir segura como nunca antes me tinha sentido - e era exatamente isso que eu precisava!
Infelizmente, há muitas coisas que o meu cérebro resolveu bloquear ou apenas colocou em segundo plano, então eu não me lembro de algumas coisas quando conversamos... Para mim é como se a Marina estivesse a contar a história de outra pessoa, embora eu também seja uma das personagens! Mesmo assim, ainda tenho muitas boas recordações desses tempos... Elas são preciosas para mim e guardo-as no meu coração como um tesouro valioso!
Mesmo que os nossos caminhos no final se tenham “separado” - a vida acontece, como a Marina diz - ainda bem que sempre mantivemos contato e você continua a ser a MINHA Marininha - uma das poucas pessoas a quem recorro e uma peça indispensável no quebra-cabeça que é a minha vida!
Sou muito grata pela sua persistência e teimosia, a Marina deu-me esperança, luz e mais importante: ensinou-me o que significa amar, porque é exatamente como a Marina me fazia sentir, e ainda FAZ: amada! Sem medo de expressar o que sinto, por mais embaraçoso que pareça e "gosto muito de ti/amo-te muito" faz parte do meu vocabulário desde esse tempo! Obrigada!
Obrigada por me fazer ver a vida com uma perspectiva diferente, por aprender que a confiança é uma coisa boa, que nem todos os limites ou barreira impostas têm de ser aplicadas em todas as situações: pois há exceções. A Marina fez e ainda faz, parte do meu crescimento físico, emocional e pessoal e isso é algo de que eu nunca me esqueço...
Porque acho que nunca expressei a minha gratidão para consigo em condições, espero que este pequeno texto lhe mostre o quanto a Marina é importante para mim!
Amo-a muito para *sempre* MINHA Marininha!
(a MELHOR Psicóloga do MUNDO!)
Beijinhos da sua Joaninha